As melhores coisas do mundo

“Vi a minha adolescência de novo” é a sensação nítida depois do filme de Laís Bodansky – e olha que nem precisa ter saído dela. A verdade impressiona, talvez pelos “não-atores” que destilam um pouco de si nos protagonistas, talvez pela própria característica documental do trabalho de Laís. A identificação pode ser pela história de um amigo, de um parente, de um boato ou de você mesmo, mas o fato é que cedo ou tarde o enredo te captura. É uma pena eu não ter lido a série de livros, ”Mano” (de Gilberto Dimenstein e Heloisa Prieto), que inspirou o filme. Mas gosto da maneira que os temas (bullying, homosexualidade, depressão) foram abordados, sem aquela necessidade didática, e com mais presença de sentimento do que o politicamente correto.
A trilha sonora também te narra um pouco do que seriam os devaneios dos personagens. Mas o melhor é perceber a fuga ao clichê “sexo, drogas e rock´n´roll” para adolescentes. É isso que permite visualizar melhor a inteligência, o dilema, e tramas inevitáveis que permeiam as histórias de cada um. Além disso, a adolescência é uma fase de seres que se desenvolvem por inteiro e levam sempre consigo esses episódios de vida. Isso tende a levar à identificação geral. Só é inevitável o sentimento que o filme provoca, uma certa nostalgia – seja de ontem ou de muito tempo -, que certamente pra muita gente é uma das melhores coisas do mundo.

PS.: Vão desculpando o spoiler mas a música dos Beatles, Something, que o Mano canta no filme, me levou a loucura. Loucura tipo sair cantando junto com a surpresa boa…

Comments
3 Responses to “As melhores coisas do mundo”
  1. ANOYNIMOUS disse:

    mt bom a escritora o filme eu ainda ñ sei

  2. Fer disse:

    Bom texto Roberta,deu vontade de ver o filme!

  3. Classic disse:

    14° do Cine PE, de Recife. O filme foi o maior vencedor do festival levando para casa sete troféus Calunga.Direção de Arte, Edição de Som, Fotografia, Roteiro, Direção e Francisco Miguez (Mano), com o troféu de Melhor Ator.

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